A começar pelo automóvel que conduzimos até ao sabão com o qual lavamos as mãos, todas as nossas escolhas de consumo têm algum impacto no planeta. As roupas que usamos não são excepção!
A indústria têxtil é responsável por cerca de 10% das emissões de gases de efeito estufa, consumindo mais energia do que as indústrias aeronáutica e marítima juntas. Além disso, é um dos setores mais consumidores de água do mundo. É assustador, não é...?!
O mundo da moda tende a ser muito célere e atrativo. A procura insaciável pelas últimas tendências e a necessidade de afirmação social levou ao surgimento do fast fashion. As roupas que antigamente eram vistas como algo duradouro, hoje são tratadas como algo descartável, utilizado por curtos períodos de tempo.
O fast fashion baseia-se em produzir a maior quantidade possível, o mais rápido possível, ao mais baixo custo possível. Esta prática de moda low cost conduz os consumidores à compra de produtos fabricados em grande escala que são, posteriormente, consumidos e descartados rapidamente e de forma leviana.
A isto, somam-se, ainda, todas as implicações éticas que, na maioria das vezes, nos são ocultas. Mão de obra mal remunerada, trabalho infantil e/ou escravo, desigualdades sociais e ausência de transparência com o consumidor são alguns dos pontos fracos que caracterizam o fast fashion.
A indústria da moda tem um impacto muitas vezes subestimado no desenvolvimento do nosso planeta, e está intimamente ligada às questões de género, trabalho e pobreza. Ao sermos capazes de identificar e reconhecer o impacto que é gerado através do nosso consumo, conseguimos perceber como podemos contribuir, de forma consciente, para as metas de desenvolvimento sustentável.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) representam uma chamada universal à ação e a indústria da moda, através do fast fashion, entra em conflito com alguns dos 17 objetivos, nomeadamente:
- Objetivo 8 - Trabalho Decente e Crescimento Económico;
- Objetivo 12 - Consumo e Produção Sustentáveis;
- Objetivo 14 - Vida na Água.
A exploração de mão de obra barata e de recursos naturais em países subdesenvolvidos criaram condições para que a “cultura do descartável” se tenha enraizado e revolucionado a forma como, atualmente, consumimos.
A ação de cada pessoa isolada é uma gota de água no oceano, no entanto, a ação de milhares ou milhões de consumidores/as pode ser realmente diferenciador e impactante. A mudança deve começar em cada um de nós. É essencial tornarmo-nos consumidores conscientes!
Consumo Responsável: nós temos o poder!
O consumo responsável é uma forma menos materialista de consumo onde se procura comprar apenas o necessário, apostando em compras conscientes aliadas a práticas responsáveis. Ao mesmo tempo que se valoriza a mão de obra e o processo de produção envolvidos, evita-se também o descarte de peças como meio de preservação do ambiente.
Procurarmos saber a origem das roupas que vestimos e as condições em que foram feitas é o primeiro passo para a mudança de mentalidade relativamente ao consumo responsável.
Felizmente, a moda consciente é uma tendência em ascensão. Dia após dia, aumenta o número de consumidores que procuram alternativas de consumo responsável capazes de minimizar os danos causados ao planeta, sem descurar o estilo e o “bem vestir”.
Priorizar a qualidade em detrimento da quantidade é uma das premissas da moda sustentável que nos torna melhores consumidores.
Um consumidor responsável deve procurar conhecer todo o ciclo de vida completo do produto, desde o design à confecção, apostando em marcas slow fashion: uma alternativa que privilegia matérias-primas naturais e ecológicas, onde cada peça tem uma origem e característica únicas.
Nesta prática, os trabalhadores, as comunidades e o meio ambiente têm todos a mesma importância. Apoiar marcas slow fashion contribui não só para a economia local, mas também para o impulsionamento de boas condições de trabalho.
Para que o setor da moda se transforme numa indústria ecologicamente e socialmente responsável, é fundamental educarmo-nos enquanto consumidores. O futuro é incerto para nós e para o planeta, e somente apoiando marcas que cuidam dos seus trabalhadores, da comunidade e do meio ambiente é possível contribuir para um planeta mais justo, saudável e respeitador.
“B.cause we care”
É tempo de revolucionarmos o modo como consumimos a moda. É urgente agirmos de forma consciente e ativa para com o mundo que nos rodeia!
Na B.Simple, é imperativa a preocupação do Cuidar. Cuidar dos Nossos. Cuidar de Si. Cuidar do Planeta. Somos uma marca humana, e trabalhamos diariamente em prol de uma sociedade mais consciente nas suas escolhas.
As nossas peças são produzidas de forma justa e respeitadora, aliadas a práticas laborais éticas que valorizam, acima de tudo, os seus trabalhadores. Como marca orgulhosamente portuguesa, produzimos as nossas coleções em fábricas nortenhas compostas por ambientes de trabalho respeitadores e seguros.
Não só aplicado às nossas práticas, o compromisso da B.Simple com a sustentabilidade assenta também na produção das peças.
A criação dos Lenços Line vai de encontro a esse compromisso. Feitos à mão com materiais reciclados (cetim e poliéster), a produção destes lenços aconteceu num pequeno estúdio de design de lenços de alma 100% portuguesa.
A reciclagem do poliéster não só reduz de forma considerável o volume dos aterros sanitários, como colabora para evitar o desgaste dos recursos renováveis. A partir do uso de tecidos sustentáveis na produção dos Lenços Line, contribuímos para uma moda mais eco-friendly onde é possível vestir-se bem e, ao mesmo tempo, respeitar o meio ambiente.
Este é um dos muitos contributos da B.Simple!
As nossas estratégias de upcycling
Os têxteis têm uma das taxas mais baixas de reciclagem de todos os materiais reutilizáveis que existem. Anualmente, são consumidas grandes quantidades de roupa e, em contrapartida, são doadas/recicladas quantidades bastante pequenas.
Felizmente, o upcycling é uma das soluções para esta problemática e tem vindo a tornar-se uma tendência nos últimos anos, acompanhado a procura por parte dos consumidores ecologicamente conscientes.
Por termos a consciência de que a B.Simple é muito mais do que uma marca de roupa, todos os projetos que desenvolvemos em paralelo estão de mãos dadas com a sustentabilidade.
As nossas coleções mais recentes - Metamorfose e Essência - são o retrato perfeito da conhecida expressão “de Lixo a Luxo”. Ancoradas na lógica da moda circular, as peças são desenvolvidas com malha excedente (deadstock) de produções anteriores. Ao aproveitarmos este material evitamos o impacto associado ao seu descarte, diminuindo a necessidade de produção e exploração de matérias primas.
Desta forma, reaproveitamos a malha original excedente para dar vida a novos produtos, prolongando a sua vida útil e evitando que se transformem em algo facilmente descartável.
Também o nosso serviço de tingimento surge como alternativa para defender o consumo responsável na moda e minimizar os impactos ambientais causados pela produção têxtil.
Assente na premissa de transformar “o velho em novo”, as peças usadas B.Simple podem ser convertidas em peças novas a partir de práticas de tingimento. Se tem um macaco que adora mas que ficou manchado, ou um vestido canelado que já está a perder a cor, podemos dar-lhe uma nova vida!
Quem tem peças em bom estado paradas no roupeiro, também pode fazer a diferença!
O projeto “Sell 1 Buy 1” é uma iniciativa promovida pela White Stamp, em colaboração com a B.Simple e outras marcas de moda, visando o consumo sustentável e a moda circular.
Permite ao consumidor vender as suas peças usadas e trocá-las por novas compras. É feita a avaliação dos artigos, estes são encaminhados para o mercado em segunda mão e, por sua vez, o consumidor pode receber o valor convertido em crédito para descontar numa futura compra.
A criação deste projeto visa contribuir para a redução da exploração de recursos naturais, evitar o uso excessivo de água potável e diminuir a emissão de gases com efeito de estufa.
Além disso, a introdução de novos artigos no mercado de segunda mão possibilita uma diminuição do volume de artigos parados nos roupeiros, com valor e em bom estado, aumentando o seu tempo de vida útil.
Mais do que nunca, a moda precisa de ser pensada de forma consciente.
O que consumimos e, posteriormente, descartamos não é uma escolha pessoal. Dividimos todos o mesmo planeta e os mesmos recursos e, por isso, cabe-nos a nós, enquanto seres responsáveis, zelar por um planeta próspero para nós e para as gerações futuras.
As nossas ações diárias são o reflexo da nossa preocupação com o mundo que nos rodeia. Vamos ser mais conscientes?